O Sensual Adulto é o romance proibidão de André Czarnobai. O livro conta a história de um grupo de publicitários odiosos que resolve fazer a festa de final de ano da firma modernosa num barco-hotel navegando em águas internacionais exatamente no dia 21 de dezembro de 2012, data em que, de acordo com o Calendário Maia, o mundo chega ao fim. Com uma estrutura pouco ortodoxa, tocando nos temas mais espinhosos da psiquê humana e abusando de um senso de humor peculiar e incômodo, o livro foi recusado pelas principais editoras do Brasil. Talvez por algum motivo. Para descobrir por si próprio, leia até o final (ou então nem comece).
Leia um trecho aqui.
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Uma edição única e exclusiva, com projeto assinado pelo Bloco Gráfico e tiragem limitada de 500 exemplares foi viabilizada através de um financiamento coletivo na plataforma de crowdfunding Catarse, em dezembro de 2019. Numerados à mão, estes serão os únicos 500 exemplares de O Sensual Adulto que existirão na face da Terra. Não será produzida, sob hipótese alguma, uma segunda edição.
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Até o momento já foram vendidos:
500 exemplares
Restando portanto apenas:
0 exemplares
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Os estoques estão baixando rapidamente. Sendo assim, o conselho que tenho a lhe dar caso esteja interessado em possuir um exemplar de O Sensual Adulto em sua coleção é: COMPRE o quanto antes ou depois não venha reclamar comigo quando acabar. Eu avisei. Tô avisando.
Espero que você tenha garantido o seu, porque, neste exato instante, 01h41min do dia 11/08/2020, os estoques acabam de se esgotar. Em suma: ACABOU-SE O QUE ERA DOCE. Obrigado demais aos 500 leitores que adquiriram essa raríssima edição. Guardem com carinho, pois algum dia estes volumes ainda podem valer uma boa grana (especialmente o único exemplar sem dedicatória ou autógrafo, que enviei para o meu xará invertido Felipe André).
O Sensual Adulto custava R$ 60 mais despesas de envio em sua versão física. Mandei pra diversos buracos no Brasil e trincheiras na gringa, mas: acabou. A versão digital todavia, ainda existe (e seguirá existindo enquanto houver energia elétrica), em formato PDF, custando R$ 20 e eu te envio imediatamente (ou assim que eu conferir meus e-mails).
NOTA IMPORTANTE: Desde a segunda quinzena de abril, os livros tem demorado bastante para chegar, sobretudo nas cidades de Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (capital) - que já vinham enfrentando problemas com atrasos e extravios desde o começo dos envios. Há casos pontuais de livros entregues 40 a 50 dias após a sua postagem, com o recorde absoluto de 115 dias (em Porto Alegre). Em média, porém, os livros estão chegando num prazo de 25 a 30 dias para estes lugares, e de 8 a 15 dias para o resto do país.
Para comprar era preciso:
1) escrever para czarnobai@gmail.com;
2) eu te respondia informando os dados da minha conta e pedindo o teu endereço;
3) assim que a grana cantava, te mandava o livro pelo correio, numerado e autografado.
OBS: Se você achasse mais seguro, eu podia postar o livro no correio, te mandar o número do rastreio e só aí tu me faz o depósito. Inclusive fiz isso inúmeras vezes. Todo mundo pagou depois. Aqui é confiança.
De todo modo: simples, fácil e descomplicado.
O Dido é roots.
Porém o Dido também estava atualizado com os novos tempos e, portanto, havia aqui um botão do PagSeguro caso você preferisse usar o seu cartão de crédito ou a modalidade boleto bancário para efetuar o pagamento. Bastava clicar no bicho e seguir as instruções. O valor do frete nacional já estava incluso nesse preço; para fretes internacionais, contudo, era necessário escrever para czarnobai@gmail.com.
(mas como não tem mais livro, removi o botão original)
Agora, se você quiser comprar a versão digital, ainda pode clicar neste botão:
E no mais é isso.
Obrigado pela força. Comprem, leiam e divulguem. Se gostarem, elogiem. Se não gostarem, esculhambem. Podem me amar como pessoa e odiar o meu livro à vontade (o contrário acho mais difícil, mas sei lá: também pode acontecer).
(...)
"O Sensual Adulto é feito da consciência hipercrítica, mas epidérmica, de Ocasions. Abundam sacadas, punhas, toras de mato brabo, ereções a meio pau. A verborragia alucinógena é de escangalhar. Mas a ressaca é um troço que só piora à medida que a gente fica velho." Mario Sérgio Conti, Folha de São Paulo
"A onda do isolamento ou da quarentena é essa. Diversão garantida por terra, mar e ar. E sacanagem de publicitário também. Vale mucho. Leiam djá. E pensar que as grandes editoras recusaram esse livraço! A edição do autor ficou lindona." Xico Sá, Twitter
"Esse livro já era um clássico mesmo antes de publicado. Lembro que li o início de uma das versões anos atrás e pensei: não tem ninguém hoje no Brasil escrevendo com essa verve como o @Kidids." Paulo Scott, Twitter
"A narrativa flui demais, parece uma conversa com o autor. Ganha o Selo de Recomendação Leonel." Leonel Caldela, Twitter
"Pynchon escreveu vício inerente no maconhês solene da ressaca do verão do amor, Dids escreve o adulto sensual no maconhês indulgente e envernizado em canalhice de quem viu a internet ser comprada pela publicidade e não quis ser amargurado, mas também melhorar-melhorar assim não eras." Vinícius Perez, o notório Chinisalada, Twitter.
"A forma e o investimento firme no humor podem suavizar para alguns e reforçar para outros questões sensíveis que o livro não deixa de pôr —a sexualização de toda mulher no romance pode ser lida como crítica ao universo publicitário (talvez empresarial em geral), em que cargos diretivos são ocupados por homens cujo olhar para colegas e subalternas é invariavelmente filtrado pela lente dos atributos físicos." Reginaldo Pujol Filho, Folha de São Paulo
"O que dá uma face peculiar ao romance de Czarnobai é seu uso idiossincrático da adjetivação. Em termos anedóticos, é bom saber que há um entendimento geral de que adjetivos em demasia empobrecem um texto - entendimento esse combatido por muitos escritores de valor. Czarnobai não tem medo de usar os adjetivos da forma mais exagerada possível, transformando-os em advérbios que modificam um substantivo para fins cômicos, não apenas nos apelidos de sua galera sem noção, mas na sua própria narração. Se há um ou outro problema de ritmo na arrastada festa em alto mar, a linguagem do romance compensa a aventura." Carlos André Moreira, Zero Hora
“O Sensual Adulto” faz combinações inusitadas de sintaxe e termos de exceção, criando um jargão irônico que tira o texto de um registro imediatamente reconhecível. É o que faz a frase de Czarnobai pairar acima da trama rocambolesca à qual serve, ou então traduzi-la em sua liberdade anárquica e impagável: “a jiromba abrupta que escapa de sua púbis”; “Poclop potoclop, os pezões compactos dando de planchaço no piso”; “o pavor primal de perder a vida lhe confere a energia extra de que precisa e bim: quando vê tá dando mãozaço na areia”; “o imprestável do namorado refestelado no sofá jogando videogame, fumando a droga e sem banho há mais de quarenta horas (Apocalyptica plays ‘The ballsack funk’)”. Michel Laub, Valor Econômico
Lembro de Philip Roth, que no fim dos anos 1960 fez sucesso com O complexo de Portnoy , livro em que a sagrada aura masculina é espinafrada – e tome masturbação envolvendo bifes de fígado e que tais. Lembro também de Darcey Steinke, que escreveu um romance que, nas palavras de Eliane Robert Moraes, “remexe nas sobras da grande festa libidinosa” dos anos 1960. E agora, mezzo alheio a tudo isso,mezzo consciente de seu processo, André Czarnobai revira a pós-modernidade e a denuncia por algo mais que uma sátira e menos que um livro sério: o meio do caminho inclassificável que me obriga a pedir a você, leitor, que compre a versão digital com o próprio autor e leia sem medo de ser feliz – e paranoico. Mateus Baldi, Revista Época
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