Interlúdio
sumário .
XI

Interlúdio

Há séculos esses seres míseros deslizam suas insignificantes embarcações sobre a superfície de meu reino. Cortam, como lâminas, os véus azuis que recobrem meus palácios submarinos.

Hoje a Mãe Natureza ordenou-me sacudir com toda fúria para agitar as águas desta região do planeta. Pobres dos seres humanos que estejam navegando por estas paragens marítimas! Devo cumprir os ditames que vêm de cima...

Aqui, onde os humanos chamam de Equador, há apenas um barco cargueiro muito velho, passando. Talvez esteja despreparado para suportar o poder que tenho a despejar sobre esta região. Mas, que importa? Sou um deus e o Mar é meu domínio.

Brandi meu tridente e as águas ao meu redor começaram a se agitar, os ventos a soprar como se um Titã soprasse. Aquela pequena e frágil embarcação não era forte o suficiente para suportar todo o furor dos elementos naturais, agindo em conjunto. Sacudiu, muita água entrou em seu interior.

Os marinheiros que nele navegavam tentaram livrar sua nau do excesso de peso que fazia a embarcação pesada, mas de nada adiantou. Meu poder levou aquele “brinquedo humano” – junto com seus pilotos – para as mais profundas regiões de meu reino.


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