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Dois Contos
Publicado originalmente no Bestiário, em agosto de 2005

BODIAM, NOITE, CIRCA 1385

E havendo, portanto, falta de VENTO, sobrou espaço para o ENRUGUE ORVALHADO e úmido do dia cinza. Um calor sentido às avessas, o couro dos CAVALOS reluzindo MOLHADO à luz da LUA. Chegamos cedo ao APARATOSO oferecimento culinário. Antes ainda que pudesse haver FOME nos foi servido PESCADO fresco e salada farta, e dos vinhos da mais NOBILIÁRQUICA casa nos foi dado de beber. Limpamos a GRAXA das PALMAS e das UNHAS nas costas dos COELHOS mais brancos; as DAMAS serviam-se de água de NABO. Mais tarde SOCAMOS as bocas e os BRAÇOS aos punhos FECHADOS. Sangramos. Sujamos todo o tapete que servia de TOALHA pesada. Sorrimos, bebemos. Voltamos pra casa.

ESPASMOLEJOS

SUANDO em junho SONHANDO em maio - quase que DESMAIO no calor das TRÊS e TRÊS no TRÓPICO. Unhas e bigodes aparados mais TARDE que a tarde, sentado e à tesoura. Que lua é hoje? Problemas? Soluções? FRICOTES de BROIOCA, apenas? Vulcanicidas me telefonam - eu ATENDO. Em retribuição religo; treligo; quadriligo; quintiligo: in contacto. Leio dados de BIORRITMO e os sigo. E ao calendário MAIA, desde que não me SAIA, por demais, da frente. Aos dentes passo finos PENTES de seda e MUSGO para que se LEVEM os gostos SOLARES dos MARES e BARES passados: eu gÓsto é do gÔsto das maçãs do teu ROSTO. Dito isto, postado e POSTO, porque persistes lá distante? A maior ESTANTE do mundo, o MENOR dos pequenos representantes duma diminuta ESTIRPE lá embaixo LUTA aos PULOS per TE atingir y per TE, graciosa MADEMOUSELE de mistérios tantos, firmada no TOPO, enluarando, FORMOSA. Ô terra BELA. Pero hispanoablantes complicaram la FIRMA quando em missão à LÁ, e isso que nem em ALÁ CRÍAM - imagíneis se CRÊSSEM. Explosão de TREM-BALA e daí p ra fora, cima e lados. Simulacro vietnamita VIDJOGUÊIM'CO, esses caras APELAM e superam os limites na medida do possível. Eu já não mais JOGO, nem MAH-JONG, nem nada. Me abstive e nem foi por nada que o fiz: acidente, como sempre, em tudo. Não sei mais as regras do LUDO e não tenho em VELUDO nem mais UMA peça. Mudam-se os MODOS e algo não passa, de fato: é GATO: aquieta, mira, EMBEVECE, pára. Depois é CÃO que CANSA e gira-gira atrás do RABO até jogar seu peso pro centro do círculo e TOMBAR, transecendental, para ADORMECER. Depois ACORDA. E vem de vigor novo e mordida FRANCA te arranhar VORAZ. Vê lá se já não é uma SELVA? E é GRANDE! Confere: caso pequena fosse, CHAMAR-SE-IA BOSQUE. Média seria FLORESTA. Nanica, é MATO. Zerada, CAPÃO. O som não se propaga no CAPÃO. Um URRO de LUMBAGO é um BAGO de UVA caindo no quintal: nem em NATAL solidão se CONSOME um SOM desses. Melhor ter TOMATE, amadurecê-los e FERVÊ-LOS. Misturá-los à cebolas, temperos. Depois COMÊ-LOS. Entre massas é que mais funciona, especialmente as compostas de ligas FARINÁCEO-ÔVICAS. Outra coisa que em entre isso FÚNCIA é a LINGÜÍCIA. Não uma QUALQUER: carne NOBRE em plenitude, DEFUME, CURTUME. Uma dessas RARAS, rodeadas de segredos artesanais rudimentares de cidade de interior. Essa FÚNCIA. As outras também FÚNCIAM, mas pode crer que FÚNCIAM menos. Levo fé que FÚNCIA até SALSÍCHIA, mas si pur si pa CHINELIZOU dis-ma. Molho BRANCO e REQUEIJÕES costumam fornecer GUARIDA no caso dum DESESPERO. Tipo LATE NIGHT BAD TELEVISION com South Park e cough syrup ouvindo System of a down e BEBENDO bebidas leves, smart drinks y GOOGLE NICE. E mais: SO nice you wanna play it TWICE. Tou dizendo. Vai prestando muita atenção que FISIOLOGIA é o que realmente COMANDA os COMANDOS sobre os quais pensamos possuir CONTROLE. Outrora RITUAIS MANDAVAM no mundo: hoje em dia também. Seguir os mais elementares, adotar a maioria, criar seus próprios, se for FORTE. Assim se EXISTE.

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